1.3.12

FINITA EM FRANCÊS

Acaba de sair em francês, na excelente tradução de Cristina Isabel de Melo, o segundo diário de Maria Gabriela Llansol, Finita, a partir de agora disponível nas livrarias de França, ou através do site da editora Pagine d'Arte. A edição vem acompanhada de fotografias de Erika Koch e de um prefácio de João Barrento, que escreve a propósito
   

 Como a voz de escrita que se ouve em cada dia deste diário (e que não é um eu que exibe o seu dia-a-dia, mas um espírito em diálogo íntimo), cada fotografia é mais um registo, diferido, de um espaço e de uma vida que, sendo estritamente privados, são os mais universais. Essa universalidade vem-lhes da sua radicalidade e da sua simplicidade, e é inseparável do risco que se corre na «saída para o movimento» que implica «adoptar o deserto» no meio da agitação absurda do mundo gregário, a caminho do «encontro do só com o só», ou na autêntica «experiência da língua» (das linguagens, também das visuais ou conceptuais), numa travessia arriscada contra as máscaras do Ser. Escrever este diário, tal como apontar a objectiva para aquilo que se esconde na distância do tempo, mas se dá a ver nos interstícios de algumas das suas páginas, significa, para quem escreve, para quem lê e para quem fotografa – é o texto que o diz –, «arriscar o destino nas dobras que apuram o silêncio: os ambientes e geografias que criamos são o nosso íntimo exposto».