31.3.10

LA FOUDRE SUR LE CRAYON
HÖLDER DE HÖLDERLIN
CANTILÈNE




Três textos de Llansol – breves, densos, poéticos –, reunidos num volume – edição muito cuidada, da tradução de Guida Marques, que já verteu para francês António Franco Alexandre e o Pe. António Vieira, ao grafismo e às imagens, da artista plástica Luce Guilbaud. É mais um foco llansoliano que se acende em terras de França, ultimamente muito pródigas no acolhimento que lhe têm proporcionado. Numa pequena editora de arte sediada em La Rochelle, à beira do Atlântico: Les Arêtes, dirigida com grande sensibilidade (e parcos meios) por Sandrine Pot.



21.3.10

... UM NOVO RAMO DE ÁRVORE NO HORIZONTE


O olhar sempre atento de Cristina de Melo faz-nos chegar mais notícias do percurso de Llansol em França. Desta vez, a página de Internet de um leitor-quase-legente, Ronald Klapka, entusiasta da Obra de Maria Gabriela Llansol, que segue atentamente através de tudo o que se vem publicando e noticiando em francês. Na sua página

anuncia a chegada da primavera com esta bela passagem de Um Falcão no Punho:

____________ apetece-me brincar seriamente com a escrita já que em parte todos, eu inclusive, a tomam por brincadeira. Mas a escrita que me abrange é poder iluminativo, e finalidade de vida que causa temor. O temor da escrita. Dela é mais preferível não falar do que falar. Fazer tal aliança com o horizonte possível do nada, cria um novo ramo de árvore ao horizonte.

Mas não se trata apenas da primavera – o que seria bem pouco. Klapka lê e comenta de forma sensível e apurada livros e artigos saídos em França desde que Llansol aí começou a circular, com a edição de Contos do Mal Errante (em 1991, na tradução da poeta surrealista Isabel Meyrelles) e Um Falcão no Punho (1993, em tradução de Alice Raillard), até à última edição em francês, O Jogo da Liberdade da Alma/O Espaço Edénico (2009, tradução de Cristina de Melo para as edições Pagine d'Arte), e a alguns artigos publicados recentemente em revistas francesas (de Pedro Eiras, ou Maria Graciete Besse, entre outros). E não se esquece de remeter para o Espaço Llansol.
Aqui fica a ligação para essa página dedicada a Llansol, com um longo texto intitulado «Maria Gabriela Llansol, figures du livre intérieur», que se pode ler aqui.

17.3.10

LLANSOL NO BRASIL
Texto, imagem, cinema

Começou a sair, na Editora da Universidade Federal de Minas Gerais, de Belo Horizonte, uma bela colecção de cadernos de capa dura e excelente realização gráfica, llansolianamente intitulada «AmorÍmpar». O número 2 desta nova colecção, que, como se lê na contracapa dos cadernos, «reune a literatura e o cinema», é dedicado a Maria Gabriela Llansol (o primeiro ocupa-se do poeta brasileiro Manoel de Barros), e foi realizado em grande parte no Espaço Llansol e em Sintra-Colares em 2009. As autoras, Lúcia Castello Branco e a pintora Maria José Vargas Boaventura, coadjuvadas por Izabella d'Urço e João Rocha, reunem no Caderno textos de Llansol escolhidos e copiados à mão, os argumentos dos dois filmes que acompanham a edição em DVD, e muitas aguarelas, desenhos e colagens de Maria José Boaventura, cuidadosa e pacientemente tecidos num belo mosaico verbovisual.

(Clique na imagem se quiser ler os textos)

Os dois filmes do caderno Llansol, concebidos e realizados por Lúcia Castello Branco e Gabriel Sanna, intitulam-se Redemoinho-Poema – uma viagem pelos lugares de vida e escrita de Llansol, em Portugal e na Bélgica – e Proposição 24, uma leitura dançada (por duas actrizes-bailarinas, a brasileira Elisa Santana e a portuguesa Mafalda Saloio) que combina O Jogo da Liberdade da Alma, de Llansol, e a proposição 24 da Ética de Spinoza.

11.3.10

LLANSOL NO PEN CLUBE
(Clique na imagem para aumentar)

10.3.10


LLANSOL EM FRANCÊS NO «GRAND R»

No próximo dia 19 de Março, Maria Gabriela Llansol será lida e comentada por duas poetas e artistas francesas, Cristina Isabel de Melo (sua tradutora) e Luce Guilbaud, no centro cultural , teatro e atelier de escrita Le Grand R, em La Roche-sur-Yon, na província da Vendée (ver programação aqui).
Llansol – que figura entre Henri Michaux e Georges Perec na programação do mês de Março para um dos núcleos do Centro, a Maison Gueffier – é apresentada como «uma das figuras mais inovadoras da literatura portuguesa, autora de uma obra inclassificável na qual romance, diário e poesia coexistem na forma e na experiência, partilhando territórios marginais aos géneros literários para ocupar uma área de 'tradução' – do quotidiano, dos diferentes reais que nos é dado habitar, das línguas estrangeiras, de influências e referências.»

7.3.10

ONDE É QUE JÁ SE VIU UM DISPARATE DESTES?


A revista Os Meus Livros, dirigida pelo senhor João Morales, que se apresenta com a «carteira profissional de jornalista nº 3480» (!), resolveu tratar no seu número de Março casos de escritores com obra póstuma, e traz uma capa de péssimo gosto, cheia de pequenas cabeças de autores mortos. A ingenuidade e a ignorância em relação ao que pode verdadeiramente ser «actual», levam o/a jornalista – que não sabemos quem seja, nem isso altera em nada o dislate – a destacar na referida capa a peregrina ideia (ideia??) de que «apesar de falecidos», alguns desses escritores «dominam as atenções do mundo dos livros» (um mundo em que seria bem melhor que alguns jornalistas nunca entrassem)
Nada disto seria merecedor da nossa atenção se nessa mesma capa, como legenda de uma das cabeças candidatas à «glória póstuma», não aparecesse o nome de «ISABEL Llansol»!!
Mas o disparate e a inexplicável e inadmissível confusão não se ficam por aqui: continuam e ampliam-se nas páginas 42 e 43, onde – precisamente nos destaques e na fotografia (aqui por duas vezes!) – se insiste em chamar «Isabel» e «Maria Isabel» a quem sempre se chamou Maria Gabriela, e que é realmente a autora do primeiro volume dos diários póstumos Uma Data em Cada Mão, saído o ano passado. A única vez que Llansol merece o seu verdadeiro nome no meio desta salganhada é no corpo do texto – honra seja feita a quem, finalmente e por uma vez, mostrou saber (e saberá??) do que fala e de quem está a falar.
É mais uma vez o lamentável espelho de um «jornalismo literário» que não existe, de uma burrice inexplicável e absurda, precisamente em relação a um nome que, na plena e dupla acepção do termo, é único na literatura portuguesa.

3.3.10

LLANSOL E O ESPAÇO LLANSOL EM ENTREVISTA

Acaba de ir para o ar a revista brasileira online Desassossegos, do Programa de Pós-graduação da Universidade de São Paulo, que contém uma entrevista de Érica Zíngano (mestranda a trabalhar sobre Llansol nesta Universidade) a João Barrento e Maria Etelvina Santos sobre as origens do Espaço Llansol e os nossos encontros com Maria Gabriela Llansol, o trabalho realizado e o que temos à nossa frente.


Se quiser ler a entrevista clique aqui.


MARIA GABRIELA LLANSOL
(3 de Março 1931 – 3 de Março 2008)