18.7.14

MANUEL DE FREITAS, LLANSOL
E AS «DONAS GATAS»


Manuel de Freitas expõe-se, aqui e agora e para sempre, num último livro em que olha para trás e pergunta Ubi sunt? Où sont les neiges d'antan? Por onde andam os que a morte apagou ou este mundo cão engoliu?
Aí, por via das comuns «donas gatas», presta a sua homenagem a Maria Gabriela Llansol, sobre cuja obra em tempos escreveu. A página do livro é esta:


Por ironia do acaso, ou não, acabámos de fazer também nós, aqui no Espaço Llansol, mais um dos nossos cadernos (que a seu tempo divulgaremos), dedicado à última gata da Maria Gabriela, a Melissa «douradinha», que dois outros seres, de seu comum nome Emily, acolheram – a «Duncan», jovem bailarina negra, da família e do reino da Melissa, e a «Emily» simplesmente, vulgo Hélia Correia, que bem conhece esse reino.

Melissa e a bailarina Duncan chez «Emily-Hélia»

Mas todo este livro de Manuel de Freitas, e o seu «sentido último» (que certamente não quer ter) se encontram nos dois poemas a Zulmira e à sua taberna, ontem e hoje. É o retrato de um mundo através do retrato do próprio poeta olhando para si, dans l'année quarante-deuxième de son éage (como François Villon, no testamento feito aos trinta):

(Fotografia da capa: Inês Dias)