9.8.09

CASAS DE ESCREVER


Mais uma revista – a Foro das Letras, da Associação Portuguesa de Escritores-Juristas (Llansol era formada em Direito) – publica no seu nº 17-18 (Julho de 2009) três fragmentos dos cadernos inéditos, centrados nas «casas de escrever», acompanhados de um comentário de João Barrento, onde se lê:

Nas «casas de escrever», nas várias casas de escrita por onde Llansol passa e em que continuamente vai renascendo – desde a casa paterna na Rua Domingos Sequeira, em Lisboa, à da avó em Alpedrinha, do apartamento urbano de Lovaina ao quarto minúsculo da granja de Herbais, que tantos livros viu nascer e crescer –, as palavras escritas nos Cadernos (quase sempre a esferográfica, de diversas cores) animam-se para dar corpo aos «múltiplos seres em mim». São, desde os primeiros escritos de infância e juventude, agora também descobertos no imenso espólio, casas dentro de casas dentro de casas, como revela o segundo fragmento escolhido, e afinal sempre a mesma casa arquetípica, arcano central desta Obra, que contém a escrita e nela está contida. Casas repletas de objectos, mas em si mesmas vazias, como o «mundo desabitado», «espécie de deserto à minha volta», à espera de serem preenchidas, mobiladas com formas e sentidos vindos – na carroça que atravessa «as ruas do meu interior»! – de outros lugares, cidades interiores «onde a imagem estava plena».

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