25.1.11

CONFERÊNCIA SOBRE LLANSOL

Conforme noticiámos há dias, deixamos aqui a informação mais pormenorizada sobre a conferência da Profº Doutora Paula Mendes Coelho na Biblioteca-Museu República e Resistência, sobre a «poética do exílio» em M. G. Llansol:

24.1.11

LLANSOL INÉDITA NA REVISTA SERTA


O número 10 da SERTA-Revista Iberorrománica de Poesía y Pensamiento Poético, editada em Madrid pela UNED (Universidad Nacional de Educación a Distancia) em todas as línguas da Península Ibérica e ainda em Francês, Italiano e Retorromano, insere neste seu último número fragmentos inéditos, dos cadernos de Llansol.


Como estes:
«_____ o desejo que chamam inter-humano é sobre mim um vulcão de energia doce _____»
«Eis aqui a escrava do texto que me invade, e que nada tem a ver com o texto impresso ou escrito. Entre mim e o outro, repito, não quero que haja aventuras sentimentais. Excluída esta poeira do meu olho, confio absolutamente no que hei-de ver.»

18.1.11

PALESTRAS SOBRE LLANSOL

A primeira será já no próximo sábado, 22, às 17 horas, por João Barrento:

(clique na imagem para aumentar)

E de Llansol se falará também no ciclo de conferências da Biblioteca do Museu República e Resistência («Poesia e liberdade»), no dia 7 de Fevereiro:
Profª Doutora Paula Mendes Coelho (Universidade Aberta): «Do 'coitado Lusíada' à escrita nómada de M. G. Llansol: Fragmentos de uma poética do exílio». Brevemente daremos mais pormenores sobre esta conferência.

29.12.10

LLANSOL NO CCB

O Centro Cultural de Belém divulga já, no seu programa trimestral (Janeiro-Março 2011), o dia dedicado a Maria Gabriela Llansol, com a inauguração da exposição «Sobreimpressões» e as outras actividades previstas para esse dia 27 de Março, organizadas pelo Espaço Llansol.

(clique na imagem para ver o Programa do Dia Llansol)

Na semana seguinte (dias 28-29 e 30-31 de Março), Marta Lança orienta «Oficinas de escrita» destinadas a «graúdos e miúdos», e relacionadas com o tema da exposição.


(clique nas imagens para aumentar)

Em breve daremos notícias mais concretas das iniciativas que estamos a preparar para outros lugares de Lisboa durante o período de permanência da exposição no CCB (27 de Março a 17 de Abril).

9.12.10

UN CONCENTRATO DI POESIA...
Llansol em Itália

Como já aqui noticiámos em 20 de Outubro, foi apresentada no dia 26 desse mês na Universidade de Turim a primeira tradução de M. G. Llansol para italiano, num volume que inclui (tal como a edição francesa, saída antes na mesma editora, Pagine d'Arte) O Jogo da Liberdade da Alma e O Espaço Edénico. Na ocasião, a jornalista e estudante de Literatura Portuguesa Gaia Bertoneri fez, aos microfones da rádio universitária torinense radio 110 (www.110.unito.it), um conversa com o tradutor de Llansol, Alessandro Granata Seixas (primeira parte), e João Barrento (segunda parte), que os interessados podem ouvir aqui:




24.11.10

LEMBRAR MARIA GABRIELA LLANSOL


Maria Gabriela Llansol faria hoje 79 anos. De si mesma escreveu um dia, traçando um auto-retrato em duas frases:

Prefiro ser aceite pela geração futura a ser completamente aceite pela geração presente.
(Caderno 1.12 do espólio, 1982)

... eu sou a que não quer ir: a que se esconde por dentro de estar fora; e assim não vou – sou a que vou não indo________ quem vai com os outros empalidece a cor que traz nos pés.
(Caderno 1.57 do espólio, 1999)






Schubert, Sonata para piano nº 20 in A-major D959, IV-Rondo e Allegretto, por Elisabeth Leonskaja

10.11.10

LIVRO DE HORAS II NO EXPRESSO

A última edição do Expresso, de 6 de Novembro, dedica uma página à edição do Livro de Horas II - Um Arco Singular, da autoria de António Guerreiro, que aí escreve: «A linha de continuidade entre o mundo empírico da escritora (...) e o mundo que emerge dos seus textos (com as suas figuras e constelações de pensamento) torna-se aqui bem visível, o que faz deste volume do diário uma boa via de acesso ao resto da obra (algo muito útil para quem tem a ideia de que ela se furta à compreensão).
O que este diário nos revela (se não o soubéssemos já) é que a autora estava sempre imersa nessa dimensão literária (mas não na literatura como instituição ou como 'ficção'), de onde nunca saía. Esse era o seu mundo todo, e não era nada pequeno, dada a sua abertura aos vastos horizontes do pensamento que Maria Gabriela Llansol tematizou de maneira singular e radical.»
Para ler todo o texto, clique na imagem:

20.10.10

LLANSOL EM TURIM

A tradução italiana de O Jogo da Liberdade da Alma e O Espaço Edénico, recentemente saída, será apresentada em Turim em 26 de Outubro, no âmbito do Colóquio sobre a poesia portuguesa contemporânea, organizado pela Cátedra de Literatura Portugueasa da Universidade.
João Barrento apresentará ao público italiano a Obra e o espólio de Maria Gabriela Llansol, e Maria Etelvina Santos falará do livro agora lançado em Itália. O tradutor, Alessandro Granata, dará conta dos problemas de tradução de Llansol (com uma intervenção intitulada «Il gioco della libertà del testo: tradurre Llansol») e estará presente o editor de Llansol em francês e italiano, da editora suíça Pagine d'Arte.


15.10.10

CURSO E CONFERÊNCIA SOBRE LLANSOL NO BRASIL


A nossa associada Celina Martins, professora de Literatura Comparada na Universidade da Madeira, fará uma conferência e um curso intensivo centrados n'O Livro das Comunidades, nas Universidades de São Paulo (USP) e Brasília, ao abrigo do programa de intercâmbio entre estas Universidades.
Em São Paulo, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, dia 19 de Outubro:
Conferência sobre «A travessia de São João da Cruz e Nietzsche em O Livro das Comunidades, de M. G. Llansol».
Em Brasília, no Departamento de Teoria Literária e Literaturas, dias 21 e 22 de Outubro:
Curso intensivo sobre «Poéticas de Maria Gabriela Llansol e Ana de Miranda (Desmundo)» (mais informações em: http://www.telunb.com.br/index.php).

12.10.10

AS SEGUNDAS JORNADAS DE SINTRA... E O QUE SE SEGUE

Passaram mais umas Jornadas Llansolianas de Sintra. É tempo de balanço rápido, antes da publicação do volume que documentará o que se disse e viu. Este ano quisémos pôr à prova o texto de Maria Gabriela Llansol, submetendo-o a olhares novos, de leitores não muito iniciados, alguns quase virgens deste vício de ler Llansol como quem a lê sempre pela primeira vez. O resultado correspondeu às expectativas – como teria de ser com os leitores de excepção que este ano aceitaram o convite – e o desafio – de mergulhar nos labirintos da alma e nos arcanos da escrita de M. G. Llansol.



Eduardo Lourenço abriu com algumas intuições certeiras e, como é seu apanágio, fulgurantes na formulação encontrada, ao referir a «condição pré-metafísica» deste Texto, o paradoxo da sua «simplicidade-obscuridade», a sua capacidade de «tomar o dom textual da realidade à letra», permitindo assim ao leitor/legente «estar no texto» (não haverá fórmula mais adequada para o modo de ler pedido pela escrita de Llansol).
Depois, O Jogo da Liberdade da Alma e outros livros foram sendo iluminados por múltiplos olhares que viram neles uma «topologia quântica textual» e um rasto «medusiano/penelopiano» (Carlos Couto Sequeira Costa), ou o cruzamento do «sexo de ler» e da paisagem no espaço de um «puro sim» (Blanchot) proporcionado pela «desmemória» (Lúcia Castello Branco). Despiram-se dos seus sentidos mais correntes os termos-chave de Jogo, Liberdade e Alma em Llansol, inserindo-os em linhagens que vão dos pré-socráticos a Espinosa e Schiller (João Barrento); falou-se da «mestiçagem», do «funambulismo mágico» e da «explosão vertiginosa e meteórica do inédito» (o poeta francês Yves Peyré), trouxeram-se testemunhos de leitores franceses abismados com a subtileza e a pluralidade da «cena viva» e da dramaticidade da escrita de LLansol (Muriel Bonicel, livreira como as já não há em Portugal). Trouxe-se para o texto llansoliano o processo da colagem, com a sua «harmonia difícil» e o seu espaço vibrante de «correspondências» (Matteo Bianchi e Carolina Leite, editores de M. G. Llansol em francês e italiano); traçaram-se paralelos entre a escrita da palavra e a da música, com as suas «polifonias atonais» (Gilda Oswaldo Cruz, antes do recital de piano com obras de Bach, Messiaen, Schoenberg e Cláudio Santoro); e analisaram-se processos («a metabolização do real», o recurso ao «sarcasmo subterrâneo») e os fundos imemoriais, radicados nos «atributos variáveis dos mitos», desta escrita e do seu universo (António Vieira). E por fim veio aquele extraordinário momento em que Hélia Correia, colocando a questão da relação com o texto de Llansol em termos de dom e aprendizagem, de entrega, mas não de profecia, o apresentou em paralelo, óbvio e irrecusável, com a sua relação com os gatos e o gesto de «fazer festas na barriga» de ambos, seres de fascínio e «corpo vivo de leitura».






Também as apresentações de novos livros – Um Arco Singular. Livro de Horas II (Assírio & Alvim), por José Manuel de Vasconcelos, e «Nada ainda modificou o mundo...». Actualidade de Llansol (Mariposa Azual), por Maria João Reynaud – foram muito além do que é mais habitual nestas circunstâncias, em lucidez, profundidade e sensibilidade à matéria viva destas duas novas publicações.



E a exposição Rara & Curiosa. Os papéis avulsos de Llansol deu a ver uma parte ínfima, mas representativa, do universo manuscrito deste espólio. A encerrar, a voz forte e modulada de Diogo Dória, dando corpo a três fragmentos de escrita dos cadernos inéditos, da fase de elaboração de O Jogo da Liberdade da Alma (1998-99), testemunhou de forma impressionante a capacidade de iluminação do real e de penetração de si próprio desse «ser de escrita» que dá pelo nome de Maria Gabriela Llansol.


Em suma, pode dizer-se que as Jornadas deste ano constituiram dois dias plenamente conseguidos. Mas que não nos levam a descansar à sombra do já feito. Retomámos já o trabalho com vista à próxima grande iniciativa do Espaço Llansol, a exposição sobre Llansol e a Europa, a inaugurar em 27 de Março de 2011 no Centro Cultural de Belém, com o título «Sobreimpressões».
Damos a seguir uma primeira ideia dos objectivos desse grande evento, da sua estrutura e do que esperamos que possa acontecer em seu redor.


«SOBREIMPRESSÕES»
A dimensão europeia da Obra de Maria Gabriela Llansol
Exposição e Dia Llansol no Centro Cultural de Belém
27 de Março de 2011

A exposição e o Dia Llansol pretendem assinalar o significado e a dimensão da história política, espiritual e cultural da Europa na Obra da escritora MARIA GABRIELA LLANSOL (1931-2008) desde a publicação do primeiro volume da sua primeira trilogia, O Livro das Comunidades (= Geografia de Rebeldes. 1), em 1977. Foi com esse «livro-fonte», escrito nos anos do exílio na Bélgica, que começou a aventura, única na literatura portuguesa contemporânea, da busca de um sentido para a história da Europa através da recuperação de algumas das suas figuras maiores do pensamento, da acção política, da arte, da literatrura, da espiritualidade – portuguesas, espanholas, francesas, belgas, holandesas, alemãs, polacas, italianas, dinamarquesas (vd. Mapa com Figuras).
É a própria autora quem, num dos seus livros, traça nos seguintes termos a genealogia deste projecto do humano para a Europa, que prosseguirá até ao fim sob diversas formas:
Há muitos anos, quando comecei a viver na Bélgica, sem presssentir que seria por tantos, esta nossa longa ausência fez-me uma profunda impressão. Estava eu no béguinage de Bruges, com o sentimento fortíssimo de que já ali teríamos estado. Nós, não era eu. Já ali tínhamos sido alguém, alguém daquele lugar, e agora, inexplicavelmente, não havia ali, excepto na minha impressão, nenhuma memória de nós. Nem sequer o esquecimento. Data de então a presença constante, invasora e quase exclusiva, de certas figuras europeias nos meus livros […]
Fez-se ali o nó de que depois desfiei o texto. Comecei nas beguinas; destas, passei a Hadewijch, a Ruysbroeck. Destes, a João da Cruz e a Ana de Peñalosa. Fui conduzida por todos eles a Müntzer, à batalha de Frankenhausen e à cidade utópica de Münster, na Vestefália. Nos restos fracassados destes homens encontrei Eckhart, Suso, Espinosa, Camões e Isabel de Portugal. E foi por sua mão que fui até Copérnico, Giordano Bruno, Hölderlin, que todos eles anunciavam Bach, Nietzsche, Pessoa, e outros que a nossa memória ora esquece, ora lembra tão intensamente que me parece outra forma de os esquecer. De esquecer tudo isso.

(Lisboaleipzig 1, pp. 88-89)

A exposição organiza-se em seis lugares, a saber:

LUGAR 1:

A comunidade sem regra: Beguinas e místicos
a) Beguinas e místicos flamengos/renanos (Hadewijch de Antuérpia e Eckhart)
b) O misticismo ibérico: Ibn Arabi e João da Cruz (e Ana de Peñalosa)

LUGAR 2:
O nascimento da liberdade de consciência: Rebeldes e iconoclastas
Thomas Müntzer e a batalha de Frankenhausen; Münster e a experiência anabaptista; Nietzsche e a visão de um novo homem

LUGAR 3:
O litoral do mundo e o caminho da água
Portugal e a Europa na Idade Moderna
Luís M./Comuns / Camões ; D. Sebastião

LUGAR 4:
A geografia imaterial por vir: Dos poetas
Hölderlin

LUGAR 5:
O que pode um corpo: Em busca das fontes da alegria
Espinosa

LUGAR 6:
O caminho do dom poético: Lisboaleipzig
Aossê/Fernando Pessoa e J. S. Bach


Para além da exposição, que se orientará por princípios interactivos e dinâmicos, correspondendo ao próprio espírito da Obra de Llansol, haverá no Centro Cultural de Belém, no «Dia Llansol», e noutros lugares, nos dias que se seguem, vários eventos dedicados à escritora e a este tema, em que prevemos os seguintes:
Abertura oficial pelo Dr. José Manuel Durão Barroso, Presidente da Comissão Europeia, membro do Espaço Llansol e grande admirador da obra de Llansol (sujeito a confirmação).

– Painel em que especialistas nacionais e estrangeiros debaterão a Obra de Llansol e o tema da exposição.

– «Ervilhas e Bach: Um concerto para Maria Gabriela Llansol», com peças da sua predilecção (em particular de J. S. Bach) e uma peça original do compositor português João Madureira.

– «Escritores lêem Llansol»: Leituras de textos de Llansol e testemunhos, por escritores portugueses.

– Apresentação de um documentário sobre as Figuras europeias da exposição e respectivos lugares de origem e actuação (em Portugal, Espanha, Bélgica, Holanda e Alemanha).

- Projecção de filmes disponíveis sobre algumas das Figuras europeias presentes na exposição, com discussão.
– Edição de um caderno que acompanha o «Dia Llansol», com documentação e iconografia sobre as Figuras europeias e respectivos lugares (pelo CCB).
– Edição de um livro-catálogo com textos das principais figuras europeias presentes na exposição, ensaios sobre elas, textos éditos e inéditos de M. G. Llansol e iconografia histórica e original.