LLANSOL: VIVA, NOVA, ACTUAL
Ao cabo de um ano e meio de trabalho intenso, múltiplo e gratificante na casa e no espólio de Maria Gabriela Llansol, com o apoio da Câmara Municipal de Sintra e da Fundação Calouste Gulbenkian, depois de termos digitalizado e tornado acessível o núcleo mais importante dos seus cadernos manuscritos, iniciado uma colecção de livros sobre a sua Obra («Rio da Escrita», na editora Mariposa Azual), promovido a saída da edição francesa Le jeu de la liberté de l'âme+L'Espace Édénique na editora suíça Pagine d'arte (que fará sair em breve a edição italiana), divulgado textos inéditos em várias revistas (Índice, Mealibra, Foro das Letras, Libretto, Colóquio-Letras), chegou o momento de concretizar um dos objectivos estabelecidos no protocolo assinado em 2008 entre a Câmara Municipal de Sintra e o Espaço Llansol: o de realizar anualmente em Sintra as Jornadas Llansolianas, que poderão constituir ocasião e pretexto para pensar e discutir esta Obra aberta e inacabada.
Um dos momentos fulcrais do Encontro deste ano, cujo programa já divulgámos aqui, é certamente o da publicação, pela Assírio & Alvim, do primeiro volume dos Diários saídos dos cadernos inéditos de Llansol, o Livro de Horas, que continuaremos a transcrever e editar. Cremos que este primeiro volume – Uma Data em Cada Mão –, que cobre os anos de 1972 a 1977, será, a vários títulos, uma surpreendente novidade editorial.
Tal como, a outro nível, o testemunho vivo deixado por Llansol num outro livro que lançaremos também em 3 de Outubro, e que transcreve as discussões de grupo que com ela fizémos em 2005-2006 em torno da noção de «Figura» nos seus livros (O que é uma Figura? - Diálogos com M. G. Llansol na casa da Saudação, Mariposa Azual).
As Jornadas de Sintra reunirão em 3 e 4 de Outubro alguns llansolianos conhecidos, de dentro e de fora, com contributos que se prevêem originais e debates que gostaríamos de ver animados pela presença de muitos dos leitores de Llansol.
Por isso, aqui fica o «Quem me chama» do Texto, e o nosso apelo: divulguem e apareçam em Sintra! Até porque, para além dos já referidos, haverá outros motivos de interesse e outras revelações:
Ilda David' expõe um número considerável de pinturas feitas para a segunda edição de Contos do Mal Errante (Assírio & Alvim, 2004), mas não incluídas nesse livro, e nunca expostas.
E haverá, no Domingo à tarde, leituras de textos dos cadernos inéditos de Llansol, num cenário que tem por fundo a Serra de Sintra e como eco a voz escrita e dita, distante e sempre presente, de Maria Gabriela Llansol.