ABRINDO AS PORTAS
Somos uma Associação nascida de um grupo de estudos criado em 2000, e cujos objectivos estatutários são os de «prosseguir por todos os meios ao seu alcance o caminho iniciado pela Obra de Maria Gabriela Llansol, empenhando-se na preservação e vivência concreta dos valores nela presentes».
Para o primeiro triénio, iniciado este ano, os órgãos da Associação foram escolhidos de entre os sócios fundadores, e têm a seguinte constituição:
Direcção:
João Barrento, Hélia Correia, Maria Etelvina Santos (Universidade Nova de Lisboa), Cristiana Vasconcelos Rodrigues (Universidade Aberta) e José Félix Duque.
Mesa da Assembleia Geral:
Manuel Gusmão, José Augusto Mourão (Universidade Nova de Lisboa) e Daniela J. Oliveira (Professora).
Conselho Fiscal:
Sandra Santos (Distribuidora Nova Optimapress), Albertina Pena (Professora) e Mafalda Saloio (Actriz e professora).
Se navega nestas águas, junte-se a nós — basta pedir uma ficha de inscrição através do nosso e-mail, que figura nesta página.
Resolvemos abrir um Lugar na Internet. Um Lugar, e não um mero espaço de comunicação ou depósito de informação — que, no entanto, aqui terá um lugar de destaque, para dar a conhecer tudo o que vai acontecendo em torno desta Obra.
Como todos os Lugares llansolianos, este tem uma origem e uma referência primeira: o Texto, «lugar que viaja» e casa de encontro. Esta será uma casa aberta a toda a comunidade llansoliana, um espaço de possibilidades, com nome e vibração próprios. Mas não personalizado, antes lugar-sem-eu que vive da substância, única, que é o próprio Texto llansoliano. Lugar que procurará ser o reflexo de outros lugares de escrita e de leitura, terreno onde recolheremos o rasto das sementes que o Texto espalhou e continua a lançar, e que vão germinando pelo mundo fora.
O espírito deste Lugar é o que informa a nossa
Carta de Princípios
1. O Espaço Llansol não é apenas um lugar físico, mas também o lugar real, visível e invisível, disseminado pelo Texto de Maria Gabriela Llansol.
2. O Espaço Llansol é o lugar onde cada ser se desenvolve para o seu fim específico, espaço comum do encontro inesperado do diverso e do contrato que une todos os seres com a sua pujança própria, sem hierarquias.
3. O Espaço Llansol é o lugar do princípio de bondade e do eterno retorno do mútuo, onde não há comunidade, não há grupo, não há clube, não há seita, não há «nós»: apenas semelhantes na diferença.
4. O Espaço Llansol é o lugar onde não se pergunta «Quem sou eu?» (a pergunta do escravo), mas «Quem/o quê me chama?» (a pergunta do homem livre).
5. O Espaço Llansol é o lugar onde não há resignação nem morte, lugar de vida sob o signo dos afectos, no seu triplo registo: o Belo, o Pensamento e o Vivo.
6. O Espaço Llansol é o lugar onde escrever é o duplo de viver, e vice-versa.
7. O Espaço Llansol é o lugar onde se busca o dom poético (o potencial de beleza à espera de ser descoberto em todas as coisas e nas suas relações) e se exerce a liberdade de consciência (que permite a cada um reconhecer-se direito e ser inteiro).
8. O Espaço Llansol é o lugar da língua sem impostura.
9. O Espaço Llansol é um lugar de fascínio (o que está do lado do luminoso), não de sedução (o dispositivo de submissão de todas as vozes a uma única voz).
10. O Espaço Llansol é o lugar onde aquilo que o Texto tece advirá ao homem como destino. Esse destino é o de um humano-mais-humano, o de uma mais-paisagem do humano.
11. O Espaço Llansol é o lugar onde o homem será, arriscando a sua identidade por um desejo de metamorfose. A esse lugar o Texto chama «espaço edénico» – não o mítico, das origens, mas o que é criado no meio da coisa, não fixo, mas elaborável por cada um de nós.
12. O Espaço Llansol é o jardim que o pensamento permite.
Nos próximos dias falaremos
— da entrega do Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores a Amigo e Amiga. Curso de Silêncio de 2004, e de algumas reacções
— da ópera Metanoite, apresentada na Fundação Gulbenkian (fórum «O estado do mundo») em finais de Junho
— de duas teses de doutoramento recentes sobre a Obra de Maria Gabriela Llansol
— de um colóquio em Liverpool, assinalando os trinta anos de O Livro das Comunidades
— do último Encontro llansoliano (em Mourilhe, Trás-os-Montes), da publicação que daí resultou e
— da série «Jade. Cadernos Llansolianos», de que acabamos de editar cinco novos números.
E iniciaremos uma secção intitulada «o elo da escrita e da leitura», com textos desconhecidos ou inéditos de Maria Gabriela Llansol.