8.10.23

UMA TARDE DE IMERSÃO NO AZUL...


Ontem, num Espaço Llansol imerso «num azul ameno», João Barrento situou a escrita e a vida de Maria Gabriela Llansol numa tradição que vem de Novalis e do Romantismo alemão, nomeadamente de uma das figuras da sua Obra envolvidas num fascínio enigmático como o do Azul, a do poeta Hölderlin, que «a si mesmo se tomava por um rirmo poético fugindo», escreve Llansol num dos seus cadernos.

Os dois videos que se podem ver clicando nos links em baixo foram amplamente comentados na intervenção que os acompanhou e iluminou, a que João Barrento deu o título «A cor que nos leva para lá das coisas», partindo do fragmento seguinte de Novalis, de uma inegável actualidade: «Amigos, o solo é pobre, precisamos de lançar muitas sementes para obter modestas colheitas. Procuramos por toda a parte o que está para lá das coisas, e o que encontramos são apenas coisas».

Maria Gabriela Llansol é o exemplo mais acabado de alguém que, pela escrita, sempre buscou e procurou entender o que está para lá das coisas – partindo sempre delas e da sua imanência falante. E no espectro das cores, o Azul, com todas as suas tonalidades, tem sido desde sempre visto como aquela que mais naturalmente proporciona esse salto para o que está mais além, o infinito, o horizonte do sonho – ou a «gruta interior», ela também tão perto e tão longe...


Exposição de objectos, livros e cadernos do espólio de M. G. Llansol

Os textos dos «Poetas da Flor Azul», no primeiro video, e os de Llansol no segundo, poderão sugerir as múltiplas valências, poéticas, psicológicas e artísticas, desta cor que, como já a via Goethe na sua Teoria das Cores, e também Llansol nos seus livros, pode ir do fulgor da luz às trevas do luto.

Link para o video «Poetas da Flor Azul»:

https://vimeo.com/872267959?share=copy

Link para o video «O Azul não tem origem...»:

https://vimeo.com/872266991?share=copy