30.9.22

 PASTORAL LLANSOLIANA

No próximo dias 8 de Outubro, às 17 horas, João Barrento comentará, antecipando as Jornadas Llansolianas de 22-23 de Outubro (sobre «Os jardins de Llansol»), o tema da progressiva perda da Natureza e sua expressão na Obra de Llansol, estabelecendo elos com a sexta sinfonia de Beethoven (a «Pastoral»), a poesia de Hölderlin e o filme do realizador alemão Hans Jürgen Syberberg Ein Traum, was sonst? (Que coisa, senão um sonho?, de 1994), para chegar aos textos de Llansol e à sua interrogação, tão actual: «Onde ficou a Natureza?».

Mostraremos parte do filme de Syberberg, cujo fundo sonoro é a «Pastoral», e um video de João Barrento com leitura em português de um poema de Hölderlin («Como em dia de festa...»).

14.9.22

DOIS NOVOS LIVROS:

MARGENS E DIÁRIOS

Acabam de sair dois novos livros, que apresentaremos condignamente nas próximas Jornadas Llansolianas, em Outubro, mas de que damos já conta.

O primeiro, na série dos Livros de Horas com inéditos do espólio llansoliano (Escrito nas Margens. Livro de Horas VIII, 288 p. na Assírio & Alvim), reune toda a marginalia, a escrita nas margens e nos espaços brancos dos livros da biblioteca de Llansol. Sobre ele escreve João Barrento na Introdução:

«Este novo Livro de Horas é preenchido pela escrita nas margens expectantes de uma boa parte dos livros lidos por Maria Gabriela Llansol. Nas onze partes em que o organizámos, estabelece-se uma imediata conexão, que Llansol por mais de uma vez destaca, entre o acto de ler e o impulso de escrever. Trata-se de um gesto diferente, e único, de escrita a partir da leitura, para o qual a autora inventa um novo verbo: escreler. Partindo da distinção (e complementaridade) entre a escrita que nasce do olhar sobre o mundo (que em Llansol pode ser o da imanência das coisas ou o do curso da História) e aquela cuja origem primeira é o livro alheio, chegamos a essa dupla forma de escrita-leitura: a do escre-ver (o livro do mundo) e a do escre-ler (o livro do outro).»

O segundo livro que agora saiu é o 23º volume da nossa Colecção «Rio da Escrita» (Espaço Llansol/Mariposa Azual, 153 p.), e documenta as Jornadas Llansolianas de 2021: «A Conta-corrente do Mundo»: Llansol e a escrita do diário. Para além das habituais intervenções (de João Barrento, Ilse Pollack, Maria Etelvina Santos, Ana Marques Gastão e Cristiana Vasconcelos Rodrigues), inclui larga documentação em imagens, do video-diário apresentado pelas artistas Ana Mata e Catarina Domingues (Cadência), de dois dos Arquivos de Diários da rede europeia, o de Pieve Santo Stefano, em Itália (onde tudo começou em 1948) e o de Lisboa. Inclui ainda documentação visual e textos sobre os Diários lidos por Llansol e os muitos projectos de diários que foi fazendo ao longo da vida, bem como uma recolha de textos, éditos e inéditos, do seu pensamento sobre a forma do diário.