3.1.24

 CICLO «A RESTANTE VIDA»

(Janeiro-Março de 2024)

Acompanhando a temática do Curso «Modos de ler Llansol», que decorre até Junho, centrado na «Geografia de Rebeldes», a primeira trilogia llansoliana, e as suas figuras, dedicamos as nossas sessões públicas deste primeiro trimestre do ano à ideia aí presente, tão ausente e tão necessária hoje, de uma «Restante Vida» à margem dos poderes e da vanidade do mundo. O conceito é explicitado logo no Prólogo que abre a primeira trilogia, deixando claro o sentido de toda uma Obra: «Este livro é a história da Tradição [sobretudo a dos esquecidos, incompreendidos, perseguidos, no fluxo da História], segundo o espírito da Restante Vida».


O ciclo abre  – no sábado 6 de Janeiro, pels 16 horas – com a apresentação do filme de Agnès Varda Os Respigadores e a Respigadora (e a problemática dos «restos», que ouviremos comentada por Llansol em gravações de 2005), e segue com o tratamento de duas figuras dos seus primeiros livros, pouco conhecidas entre nós: o revolucionário da Reforma e da Guerra dos Camponeses Thomas Müntzer (1489-1525) e a beguina-poeta do século XIII  Hadewijch de Antuérpia.

O filme de Varda é um bom exemplo da ideia llansoliana (comentada pela própria Autora na gravação que ouviremos) dos «restos actuantes» que possibilitam essa vida-outra na sociedade do desperdício, num mundo cego para o mundo que acumula, não restos produtivos, mas resíduos fatais.