18.9.10

NOVA EDIÇÃO: LLANSOL EM ITALIANO

Está pronto para distribuição em Itália e na Suíça italiana o novo livro da editora suíça Pagine d'Arte, que inclui O Jogo da Liberdade da Alma, a grande entrevista «O Espaço Edénico» e um dossier Llansol com textos inéditos dos cadernos e ensaios de João Barrento («A ataraxia activa do olhar») e Maria Etelvina Santos («A geometria da imagem nua»). Na edição figura ainda um desenho original do pintor Alexandre Holan e fotografias da casa de Sintra.
As edições italiana e francesa de O Jogo da Liberdade da Alma e O Espaço Edénico estarão à venda durante as próximas Jornadas Llansolianas de Sintra, no Centro Cultural Olga Cadaval (sábado 25 de Setembro, a partir das 14 horas, e domingo 26, todo o dia).


JORNADAS LLANSOLIANAS:
OS TEXTOS DE 2009 EM VOLUME


Vai ser lançado e posto à venda durante as Jornadas deste ano, no próximo dia 25 à tarde, um novo volume da colecção «Rio da Escrita», editada pela Mariposa Azual, que reune as intervenções das Jornadas de 2009, subordinadas ao tema «Llansol: O novo, o Vivo, o actual».
Fica aqui a capa do novo livro e excertos do «Pórtico» que o abre:

Os textos que aqui se publicam põem claramente em evidência, na diversidade de perspectivas que lhes é própria e faz jus ao objecto de que se ocupam, que os conceitos do novo e do actual se abrem a tudo aquilo que, no contexto literário, cultural e civilizacional contemporâneo, pode ser visto na Obra de Maria Gabriela Llansol como actuante, singular e vivo.
«Actuais» serão, assim, neste Texto, tanto os caminhos que ele partilha com o pensamento e alguma praxis deste nosso tempo, como os valores que ele propõe e que hoje foram secundarizados ou soterrados. A escrita de Maria Gabriela Llansol pontua também este livro, completando os textos das intervenções com excertos inéditos dos cadernos do espólio, na medida do possível próximos da temática das Jornadas e dos seus tópicos condutores. Esses fragmentos inserem-se em extratexto, em cor diferente e em itálico, apresentando-se no seu conjunto como um percurso da autora através das suas próprias noções do novo, do Vivo e do actual, por vezes com surpreendentes derivas e amplificações.

16.9.10

NOVO VOLUME DE INÉDITOS A LANÇAR NAS JORNADAS

No domingo, 26 de Setembro, à tarde, apresentaremos durante as Segundas Jornadas Llansolianas de Sintra, no Centro Cultural Olga Cadaval, o segundo colume do «Livro de Horas» de M. G. Llansol, que será comentado por José Manuel de Vasconcelos.
Mostramos já o que vai ser a capa desse novo livro, e antecipamos alguns aspectos marcantes da matéria extraída dos cadernos manuscritos de Llansol, nos anos de 1977 a 1979 do exílio da Bélgica (da introdução de João Barrento e Maria Etelvina Santos).

Neste segundo volume do Livro de Horas evidenciam-se essencial mente duas vertentes. Por um lado, predominam registos tendencialmente bastante mais pessoais (por vezes mesmo íntimos) do que no primeiro volume. A matéria biográfica, as evocações da infância, as crises de relacionamento na vida social, as tensões entre indivíduo de escrita e grupos profissionais, ocupam grande parte da escrita diarística destes anos de 1977-1978 (correspondentes aos cadernos nº 3 a 6 da primeira série do espólio), uma época em que a escrita tem de alternar com o trabalho, e se vê, por isso, frequentemente atravessada por tensões e nostalgias. Por outro lado, põe-se mais à vista a oficina de Llansol, sobretudo no que se refere ao trabalho de pesquisa e de entrosamento da experiência com a narração e a escrita, particularmente do segundo e terceiro livros da primeira trilogia, A Restante Vida e Na Casa de Julho e Agosto.
[...]

Uma palavra sobre o título encontrado para este segundo volume: o «arco singular» que nele se traça (sugerido pela leitura de Rilke) é múltiplo, e será decisivo para o resto da vida e da escrita de Maria Gabriela Llansol. Esse arco vai do entusiasmo inicial da experiência cooperativa de trabalho e ensino à desilusão final dessa vivência, tão típica de uma época de ideais alternativos e de contradições. É o arco da tensão crescente entre as imposições da sobrevivência e a «sobrevida» que só a escrita de mais dois livros pode trazer, os que ocupam grande parte destes cadernos e deste período... É o arco que vai da matéria medieval, e fascinante, do universo de beguinas, cátaros, gnósticos e alquimistas à descoberta da escrita e da existência de outras mulheres, escritoras do mesmo século XX, e grandes revelações, como Virginia Woolf e Katherine Mansfield. É, em termos de quotidiano estrito, o arco que vai da saída de Lovaina e do seu mundo mais cosmopolita à aparente felicidade da vida mais tranquila na casa de Jodoigne (que evoca vagamente a da infância, e por isso é objecto de tanta atenção) e ao anúncio da saída para o isolamento ainda maior de Herbais, que proporcionará finalmente uma existência quase exclusivamente preenchida pela escrita. O «arco singular» que este livro dá a ver é, enfim, o de uma linha parabólica sempre bidireccional e tensa, com um vórtice em cima e outro em baixo, entre os quais se desenrola o percurso de um ser de escrita que, como dirão mais tarde as últimas palavras de O Senhor de Herbais, sendo como poucos singular, nunca seria «uma singularidade vã».


10.9.10

AVULSOS DE LLANSOL EM EXPOSIÇÃO NAS JORNADAS


As próximas Jornadas Llansolianas de Sintra, de que já aqui divulgámos o programa, (e agora mostramos o cartaz) terão, entre outos momentos singulares, uma exposição de algumas dezenas de papéis avulsos com escrita de Maria Gabriela Llansol (uma ínfima parte dos que temos no espólio), que intitulámos Rara & Curiosa. Do que se poderá ver em 25 e 26 de Setembro no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra, dá conta o início do caderno-catálogo dessa exposição (disponível durante as Jornadas), um texto de João Barrento intitulado
A palavra imediata

O «avulso» é a expressão acabada da escrita que ainda o não é, e já vai a caminho, já nasceu, começa a germinar, para crescer ou se mostrar no esplendor já maduro de uma frase, na janela semi-aberta de um enigma que o texto desdobrará. Fragmentário, e aquém do fragmento, escrita esburacada, impulsiva mas muitas vezes logo incisiva e luminosa, o papel avulso que não tem lugar (por vezes nem data) de nascimento certo, é mais filho da visão do que da ideia, é o prolongamento espontâneo dos sentidos, sobretudo do olhar. Num dos cadernos manuscritos de Maria Gabriela Llansol, em 16 de Maio de 1998, lê-se: «Observar é o primeiro modo de escrever; o primeiro entre outros igualmente principais. Mas o que eu não quis ver – não escrevi.»

Esta forma particular de infância da escrita, frágil, informe, desapoiada, acomoda-se a qualquer lugar. Na sua incontida urgência, ou também no vagar que a viu nascer à mesa do café, num momento de espera, em viagem, qualquer suporte lhe serve, pede abrigo a fichas, folhas soltas de vários formatos, com uma única frase ou com vários tufos de escrita em labirinto, já usadas ou impressas de um dos lados, a envelopes que denunciam ligações, guardanapos de mesa de café ou restaurante, jornais, programas de espectáculos, plantas de cidades, postais, marcadores de livros; e usa até, no início, as bases dos copos de cerveja que, na Bélgica (em Lovaina ou Bruxelas), albergam fragmentos de diálogos amorosos... – para não falar já das páginas dos próprios livros, no caso das
marginalia, a perder de vista, que recolheremos um dia dos cerca de 2.500 volumes da biblioteca pessoal de Llansol.
Tudo isto se encontra no imenso conjunto de papéis avulsos que foram surgindo no espólio de Maria Gabriela Llansol – quase dois mil, entre os que fomos descobrindo em todos os lugares da casa que foi a sua, em gavetas, em livros, misturados com correspondência, e aqueles, cerca de mil, que ela deixara disseminados pelos cadernos manuscritos, onde ficaram depois de classificados... [...]
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3.9.10

LLANSOL E O ESPAÇO LLANSOL NA REVISTA «LER»

O número de Setembro da revista LER-Livros & Leitores, posto à venda hoje, traz uma reportagem de Filipa Melo sobre a escrita de M. G. Llansol e o trabalho que, no Espaço Llansol, vimos desenvolvendo com o tratamento do seu espólio.

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2.9.10

SEGUNDAS JORNADAS LLANSOLIANAS DE SINTRA

Está pronto o Programa das Segundas Jornadas de Sintra, este ano centradas no livro O Jogo da Liberdade da Alma, com participações de França, da Suíça, do Brasil e de Portugal, lançamento de dois novos livros, projecção de um documentário, um recital comentado, exposição de manuscritos e desenhos de Maria Gabriela Llansol e leitura de inéditos pelo actor Diogo Dória.
A entrada para o palco do Grande Auditório do Centro Cultural Olga Cadaval, onde tudo se desenrolará, é livre. Esperamos por todos os interessados, legentes e curiosos, no sábado, 25 (à tarde) e no domingo 26 de Setembro (todo o dia).
Todos os pormenores no programa que se reproduz abaixo (para ler, clique nas imagens).