18.6.08


NOVA CASA PARA O ESPAÇO LLANSOL

O nosso esforço dos últimos meses foi finalmente recompensado: a Câmara Municipal de Sintra e a proprietária da casa onde viveu Maria Gabriela Llansol reconheceram a importância da Associação e do nosso trabalho futuro, e possibilitaram a manutenção da casa de Sintra como sede do Espaço Llansol. A partir de agora é aí que reuniremos, prepararemos as nossas actividades e trabalharemos no espólio.


A «Casa da Reconstituição» (como já lhe chamamos, inspirados em Os Cantores de Leitura) vai precisar de pequenas obras, que faremos nas próximas semanas. Depois continuará o trabalho no espólio. Estamos neste momento a digitalizar, com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian, o primeiro núcleo de 76 cadernos manuscritos e numerados pela Autora, a que se seguirá um segundo núcleo de 73 cadernos avulsos e, mais tarde, o tratamento do resto deste imenso legado (diários, correspondência, agendas, blocos, papéis avulsos, recortes de imprensa, juvenilia, marginalia, fotografias, diapositivos, iconografia, audiovideoteca, objectos). No fim do ano iniciaremos a indexação destes cadernos, sem o que o trabalho sobre eles será inviável, e daqui a pouco mais de um ano tencionamos disponibilizá-los em edição digital. Até lá, definiremos as normas e condições de utilização por investigadores interessados em trabalhar com este espólio.
A nossa proposta de um ciclo de vários dias e de uma grande exposição intitulada «Sobreimpressões - A dimensão europeia da Obra de M. G. Llansol» foi aceite pelo Centro Cultural de Belém, e deverá concretizar-se no Outono de 2009 ou na Primavera de 2010.
As nossas edições dos Cadernos Llansolianos (e outras publicações) continuarão, agora com a chancela da Editora Mariposa Azual, que regressa após um interregno de alguns anos.
Mais do que nunca, agradecemos o apoio de todos a esta «causa amante», e continuamos à vossa disposição.

J. B.


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9.6.08


LLANSOL EM FRANCÊS E CASTELHANO

Duas revistas editadas respectivamente em França e no Luxemburgo – Décharge e Abril –, em francês e em castelhano, incluiram nos seus últimos números textos de Maria Gabriela Llansol em tradução.


A Décharge publica um dossier organizado por Cristina de Melo, artista plástica e poeta portuguesa radicada na Bretanha, que inclui, para além da apresentação da Autora e de um excerto do texto de João Barrento publicado aqui depois da morte da Maria Gabriela, uma selecção de textos extraídos de
O Começo de um Livro é Precioso, Amigo e Amiga e Os Cantores de Leitura. Na apresentação de Maria Gabriela Llansol, Cristina de Melo justifica a sua inclusão num dossier de «Cinco poetas portugueses» (para além de Llansol, Nuno Júdice, Maria Andresen, Cristina de Melo e Fernando Pinto do Amaral, presentes num encontro recente em Dijon): «Se em Portugal o texto de Llansol continua a ser visto como inclassificável, ele tem uma tal força poética e plástica que, sem pretender etiquetá-lo, não hesitei em inclui-lo nesse campo particularmente amplo que é o da experiência poética.» No mesmo número, o crítico Luce Guilbaud escreve ainda sobre a obra de Llansol, a partir dos livros até agora editados em França, Un Faucon au Poing e Les Érrances du Mal.


O «conto» incluído
no nº 35/2008 da revista Abril (que se edita no Luxemburgo, e dedica este número à memória das escritoras José Ensch e Maria Gabriela Llansol) é o fragmento LXII de Contos do Mal Errante, e foi escolhido pelo responsável por este número dedicado ao conto de autores de língua portuguesa de todo o mundo, o tradutor António Gonçalves, que oferece estes textos aos leitores como «amostras, pontos de partida para a descoberta da Obra de cada um dos autores, dos mundos físicos e imaginários neles presentes. Como um convite à viagem, uma etapa – ou talves se possa dizer uma 'tapa' para ir abrindo o apetite.»
Em breve mais quatro revistas – duas que se editam em português, uma em todas as línguas neolatinas e outra em italiano – publicarão textos de Maria Gabriela Llansol, desta vez inéditos dos Cadernos do espólio (que continuamos a classificar e tratar).