24.11.18

«É MANHÃ SEM SER MANHÃ...»

Foi há 87 anos, à noite... mas o dia inicial é sempre uma aurora. O dia 24 de Novembro de 1931, aquele em que Maria Gabriela iniciaria o seu périplo pelo tempo e pelo mundo a partir de Campo de Ourique, foi o da sua cena primitiva, ou da cena fulgor primordial.

Evocamo-la com uma página de um dos seus dossiers, de uma série de cartas que intitulou «O elogio do fulgor», um breve fragmento que parece trazer até nós, com uma qualquer luz de aurora, em «alegria imaginária», esse começo, como «alguém que se levanta da imobilidade». Depois, lemos noutro caderno do espólio, como todas as biografias que «navegam, à procura de caminho, eu dispus-me a contrapor a minha energia à superfície do tempo________». E com esse gesto e essa decisão um outro nascimento se iria perfilar, o de toda uma Obra que é ainda um universo em aberto.