15.12.19

O REGRESSO DO  «AMOR ÍMPAR»

A Obra de Maria Gabriela Llansol é atravessada por uma vibração manifesta ou discretamente erótica, que pode dar por nomes tão diversos como o «luar libidinal» ou o «sexo da paisagem», a «sensualética» ou o próprio «corp' a 'screver». Mas talvez o ponto alto da «alquimia do encontro» nesta Obra esteja na noção de «amor ímpar», que constitui o cerne do livro Contos do Mal Errante. Deste livro e daquela noção se falou no passado dia 13 no Espaço Llansol, contra o pano de fundo, também comentado, das «errâncias do mal» no reino dos Anabaptistas da cidade de Münster entre 1534 e 1536, que, com o espaço mais vibrante da «mansão da neve» e seu jardim, fornece a Llansol o lugar de «acção» dos Contos que o não são (antes «confidências envoltas», como explicou na altura Maria Etelvina Santos).
 O pretexto para voltarmos a esta matéria foi uma vez mais a visita de um grupo de cerca de trinta alunos da Escola Superior de Teatro e Cinema, que, com a professora Maria Duarte, trabalham neste semestre esse livro de Maria Gabriela Llansol (como já antes fizeram com O Começo de Um Livro é Precioso).
 João Barrento e Maria Etelvina Santos enquadraram o livro nestas e noutras perspectivas, e os estudantes, com as professoras Maria Duarte e Patrícia Portela, animaram com as suas questões e discussões uma manhã de «amplitude ilimitada», como diria Llansol.