LLANSOL EM REVISTA(S)
A Obra de Maria Gabriela Llansol continua a estar presente em revistas universitárias portuguesas e brasileiras. O número 4 da revista online Abril, do Núcleo de Estudos de Literatura Portuguesa e Africana da Universidade Federal Fluminense/Niterói inclui dois textos sobre Llansol. Transcrevemos os respectivos resumos e damos as ligações para o texto integral dos artigos:
- Luanna Belmont (da Universidade Federal Fluminense), compara Herberto Helder e M. G. Llansol em «Helder e Llansol: a espacialização da linguagem»:
Resumo: As poéticas de Herberto Helder e Maria Gabriela Llansol são, hoje, na Literatura Portuguesa, as que mais radicalmente encarnam uma concepção do mundo e, por extensão, da literatura atravessada pela tradição surrealista e por uma certa orientação mística que redefinem a experiência do sujeito com a linguagem. Sua poética assenta-se sobre (1) uma conexão profunda entre os processos de leitura e escrita, (2) uma visão utópica do texto como lugar de encontro da diferença e de reverberação dos afetos, e (3) uma compreensão do sentido como metamorfose. O presente trabalho pretende flagrar essa performance da linguagem no fluxo do texto, bem como a espacialização das relações do sujeito com a paisagem.
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- Jorge Fernandes da Silveira (da Universidade Federal do Rio de Janeiro) lê o primeiro volume do Livro de Horas, obra póstuma de Llansol por nós editada em 2009, num texto intitulado «Economia de eremita, diz o Augusto»:
Resumo: A produção do texto como investimento cultural, um gesto de interlocução entre a leitura e a escrita, é ainda rentável quando se pretende discutir “manifestações da ideia de valor na literatura: ética e estética”; o reconhecimento da textualidade como uma economia de signos em progresso, um valor de troca entre práticas significantes, explica, em síntese, desde o título, a escolha da obra de Maria Gabriela Llansol (1931-2008), sobretudo o último livro, póstumo, Uma data em cada mão – Livro de horas I, como o principal capital deste ensaio.
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Uma outra publicação universitária, a Revista de Estudos Lusófonos, acabada de nascer na Universidade da Madeira (dirigida pela professora dessa Universidade, Celina Martins), inclui um artigo de Raquel Ribeiro em torno da figura do cão em três autores portugueses, Manuel Alegre, Maria Velho da Costa e Maria Gabriela Llansol:
Resumo: Kurika, de Cão como Nós (Alegre, 2002), Rambo, de Myra (M. V. Costa, 2008) e Jade, cão de Amar um Cão (Llansol, 1990), são três cães da literatura portuguesa contemporânea que estabelecem uma relação especial com os seus donos ou criadores. Articulando textos de Jacques Derrida e Donna Haraway sobre as relações entre homens e animais, e os fossos que sempre os separaram, este ensaio propõe uma nova conjuntura para os animais na literatura, já não como seres distintos do homem, nem como personagens, mas como figuras capazes de criar a sua própria linguagem.