LLANSOL: OS PRIMÓRDIOS DA ESCRITA
Sábado na «Letra E»
A próxima sessão da «Letra E» do Espaço Llansol dará a conhecer – pela palavra, pela imagem e por uma exposição documental – os primeiros exemplos de escrita de Maria Gabriela Llansol, na fase de adolescência e juventude. Esta época é a menos documentada no espólio não literário de Llansol (fotografias, objectos, correspondência), mas também aquela em que começa a brotar, como de «uma nascente no meio de um rio», a pulsão da escrita.
Estamos nos anos do Liceu (Pedro Nunes, em Lisboa) e da Faculdade de Direito, e dos que se seguem, até ao encontro com Augusto Joaquim e à ida para a Bélgica. Anos densos de experiência e de tensões – familiares, sociais, religiosas –, como testemunham os diários de que dispomos, entre 1949 e 1965. A escrita, essa inicia (a partir dos onze anos, com o primeiro conto) o seu curso para nunca mais parar, e distribui-se por vários géneros – conto, diário, poesia, teatro –, dos quais os dois primeiros estariam destinados a ter continuidade, enquanto dos dois últimos não restam mais do algumas tentativas juvenis que daremos a conhecer, pela leitura que faremos (desta vez, esperamos, com a colaboração do público) e pelo caderno que, uma vez mais, editamos nesta ocasião, e que contém registos diarísticos e um desdobrável com exemplos de conto, poesia e teatro.
Para quem acompanhou a escrita de Llansol em livro, a partir de Os Pregos na Erva, esta sessão poderá ser altamente reveladora, pelo carácter seminal de muitos dos textos que nesta época foram escritos, e pelo desconhecimento total que até hoje envolve estas primeiras tentativas literárias.