QUARTAS JORNADAS LLANSOLIANAS DE SINTRA
«Pessoa e Bach na casa de Llansol»
Vêm aí, já nos próximos dias 29 e 30 de Setembro, as Quartas Jornadas Llansolianas. Como sempre, em torno de um tema, de uma ideia-chave, de um núcleo de figuras na Obra de Maria Gabriela Llansol. Desta vez, e com recurso ao imenso material existente no espólio, revisitaremos, a várias vozes, essa «autêntica figura explosiva da galáxia Ocidente», Fernando Pessoa rebaptizado de Aossê, e a «explosão emocional e cognitiva que se vai dar no [seu] confronto com J. S. Bach e com Baruch Spinoza». Llansol di-lo de outra forma numa página inédita, de 1983: «Sinto necessidade de fazer uma recapitulação do que expus em termos só aparentemente caóticos. A figura central não pode deixar de ser a de Aossê, não o conhecendo eu por ser sua amiga, nem por ter lido toda a sua obra, mas por coincidir com a densidade da vida e obra da sua estrela. Figura não menos central é a de Bach que, atrás dele, pareceu formar-se pela condensação parcial de nuvens sombrias».
O programa (que se pode ler clicando na imagem abaixo e aumentando) faz jus a essa necessidade de «recapitulação», e conta com a presença de alguns conhecidos llansolianos e pessoanos de várias universidades portuguesas e brasileiras, não deixando, como já vem sendo apanágio destas Jornadas, de abrir para outros domínios artísticos com os quais a Obra de Llansol desde sempre tem estabelecido diálogo. Teremos, assim, exposição de novas obras da pintora Ilda David' feitas a partir de Lisboaleipzig, um filme de Daniel Ribeiro Duarte que regressa ao lugar que viu nascer a constelação pessoana em Llansol (Herbais), uma performance por artistas de um dos núcleos de artes do corpo mais singulares de Lisboa (o CEM-Centro em Movimento) e, last not least, um concerto com música de Bach pelos solistas do Festival Cantabile (que, pela mão do Instituto Alemão de Lisboa, actuam ainda em vários outros lugares), antecedido por uma intervenção do compositor João Madureira e complementado pela leitura de textos de Llansol pelo actor Diogo Dória.
Na «Letra E» do Espaço Llansol poderá ser visto um conjunto significativo de peças do espólio de Llansol, que documentam a sua longa ocupação com o «complexo Pessoa/Aossê» a partir de 1978.