A FONTE DO TEMPO CONTINUA A CORRER...
27.12.22
Publicado às
18:48
24.11.22
4.11.22
NOVO CURSO SOBRE A OBRA DE M.G. LLANSOL
A Profª Maria Etelvina Santos iniciará em 12 de Novembro próximo mais um Curso sobre a Obra de Llansol, que a seguir se apresenta em síntese.
Publicado às
16:57
27.10.22
AS XIII JORNADAS LLANSOLIANAS
Poderia dizer-se, «literalmente e em todos os sentidos», que as XIII Jornadas Llansolianas, que, decorreram no último fim-de-semana, foram «o jardim que o pensamento permite». De facto, muito pensamento se espraiou pelo Espaço Llansol nesses dias. Na introdução ao caderno que documenta o tema destas Jornadas, lemos: «Quem entra na profundidade deste jardim que suscita o pensamento e alimenta o corpo, fica a saber que aí há muitas portas que se abrem, que o pensamento aí tornado possível não é esquema, raciocínio, esqueleto, mas acção da mente e do corpo em que essas portas podem abrir para o prazer e para a dor. Por detrás de cada uma delas há perguntas, e não respostas». Os vários Painéis de intervenções destes dois dias, de que adiante damos conta, deixaram muitas questões a pairar.
Mas o verdadeiro centro pairante, o foco incontornável e surpreendente destas Jornadas, foi o «jardim triangular» ressuscitado e trazido de Herbais para a nossa Casa de Julho e Agosto por três mulheres legentes – Helena Alves, Isabel Santiago e Anabela Farinha – que o instalaram na sala grande do Espaço Llansol. Aquela nave ajardinada e suspensa falava por si, e deixava todos os que entravam mudos de espanto.
Maria Gabriela Llansol [em carta à amiga Anabela]:
[Os livros] são os jardins do Texto, querida Anabela, paralelos aos outros, que serão os teus. Certamente haverá uma grande correspondência entre eles, uma interferência da linguagem e da matéria vegetal. Esse é o nosso elo, descubro-o agora, e será o nosso segredo dinâmico e profundo.
Maria Gabriela Llansol:
Que felicidade pertencer-vos, natureza, dentro das muralhas eróticas de um jardim... Encontrei um canto descoberto em que plantei as flores – em círculo, tulipas e jacintos, em que medito pensando que eram os mesmos, há quantos anos? As formas florais são imagens dos deuses, e elas presidem no meu paraíso retirado.
4. Nieves Neira Roca: «Eu nunca quis ter um jardim». O risco do jardim e a possibilidade da comunidade em M. G. Llansol
Poeta e jornalista de Lugo (Galiza) (ver texto no final deste post)
... Eu espero que o jardim me revele os nomes de muitos seres que, a olho nu (e cego), não se vêem há tanto tempo pela Terra; eu espero que o jardim me proteja do mal de utilizar sem discernimento o poder; eu espero que o jardim nos introduza numa Comunidade de Seres onde não há hierarquias, mas apaixonantes diferenças...
5. Teresa R. Cadete: Jardinar é preciso? Reflexões com Maria Gabriela em pós-navegação.Escritora e Professora jubilada da Faculdade de Letras de Lisboa
Eu tenho uma história, uma história interior, e parece-me, através de uma evolução precisa de subtis acontecimentos, começar a aperceber-me corporalmente de que faço parte de um conjunto múltiplo em que tenho muita e pouca importância. Tudo se torna então mais relativo, e o que acontece de bom e de mau ao nível das relações humanas é uma luta de projecção moderada na minha vida.
6. Maria Etelvina Santos (Espaço Llansol): A asa triangular de Herbais
... Tive o sentimento de que o jardim que estava a perder, e em que eu no Verão passado criara geometrias reflectidas em arbustos, se havia de transformar em território, ou seio de um livro. O seio de um livro ninguém o pode dominar ou destruir, nem eliminar por crueldade, ou cobiça.
O primeiro Jardim de Herbais e a Encyclopaedia Universais (meus jardins) fazem parte dos territórios que não se adquirem por venda, mas pelo acto de inventar e de tornar real e efectivo.
7. Marina Palácio: Mãe-Sol: os jardins das infâncias
Ilustradora e arte-educadora.
Maria Gabriela Llansol:
Era um lugar extraordinário para uma criança citadina, e como eu. Havia uma casa em que sobressaía a madeira velha, uma varanda extensa dava sobre o jardim/quintal em que animais, legumes, flores, tanque de água e poço com roldana viviam lado a lado na paz da terra, e na curiosidade do meu espírito. Para lá desse quintal havia um grande espaço de árvores e plantas por onde se entrava por uma cancela... Não conhecia muito, nem a utilidade nem os nomes das plantas, mas reconhecia-lhes a presença, e contava de todos os seres acontecimentos que os ultrapassavam.
8. Livros novos
a) Paula Morão (Professora jubilada da Faculdade de Letras de Lisboa) apresentou o livro que documenta as Jornadas de 2021: «A Conta-corrente do mundo»: Llansol e a escrita do Diário (Ed. Espaço Llansol/Mariposa Azual).
Paula Morão abordou amplamente a relação entre a escrita do diário e da autobiografia, recorrendo a paralelos com outros autores, como o francês Philippe Lejeune ou a portuguesa Irene Lisboa.
A sequência diarística aparece-me, por si só, como um livro fundamental.
O Diário garante que eu existi; que existiu, sobretudo, o caudal de cenas que se formaram e fluiram a partir daí. Eu secundário, vista que tinha para a margem – principal.
b) António Guerreiro (crítico literário, Professor na escola Superior de Belas Artes de Lisboa) comentou o último dos «Livros de Horas»: Escrever nas Margens. A marginalia na biblioteca de Maria Gabriela Llansol.
O destaque foi para a «descontinuidade» (natural, no caso vertente) deste livro, para a sua «escrita parasita», «hóspede» das margens e dos espaços livres da casa textual de outros autores.
Escrevendo nos espaços do que leu, Llansol cria uma nova modalidade deste ofício: a de escreler. E dirá, neste Livro de Horas:
No fim dos livros, há sempre que escrever______
Sempre gostei de escrever nos livros. Posso marcá-los? Se sim, é porque ainda hoje o livro feito continua a ser querido, e a ser.
Gosto de escrever nos livros para que 'se realizem' na minha própria casa.
Escrever sobre os livros traz-lhes mais folhas.
E tivemos ainda nestas Jornadas:
==> Um «documentário» do cineasta brasileiro Daniel Ribeiro Duarte (nosso colaborador nos primeiros anos do Espaço Llansol) com uma montagem de cenas filmadas em dois lugares relevantes da infância de Maria Gabriela Llansol e da sua relação com o mundo natural, tal como os encontrámos em 2011, data de um projecto do Espaço Llansol que não chegou a ser concretizado: o de um filme que documentasse os lugares importantes da vida de Llansol, com o título Seguindo o Olhar (sugerido já por ela própria em A Restante Vida). Esses lugares, que o video mostra também em fotos de Llansol criança, são: Vila Pouca de Aguiar, em Trás-os-Montes (o quintal-jardim da tia Alice), e Alpedrinha, na Beira-Baixa (a Casa da Estação, dos avós paternos).
Na Casa da Estação, AlpedrinhaNo quintal de Vila Pouca de Aguiar
==> O caderno temático Os Jardins de Llansol, com textos da Autora, organizados nas seguintes secções:
- Lugar e simbologia do jardim
- Jardins vividos: da infância, do exílio, do regresso (Colares e Sintra; Jardim da Parada em Campo de Ourique)
- Jardins textuais (o imaginário do jardim)
- O Espaço Edénico (jardim da pura imanência).
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19:39
24.10.22
«COMUNIDADES E FULGURAÇÕES
NA OBRA DE MARIA GABRIELA LLANSOL»
Para assinalar os 60 anos da publicação do primeiro livro de Maria Gabriela Llansol, Os Pregos na Erva, o CLEPUL-Centro de Literaturas e Culturas Lusófonas e Europeias, da Faculdade de Letras de Lisboa, e o IELT-Instituto de Estudos de Literatura e Tradição, da Faculdade Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, organizam um colóquio dedicado à Obra da nossa Autora, que decorrerá durante todo o dia 3 de Novembro de 2022 no Anfiteatro III da Faculdade de Letras. As intervenções cobrem um largo espectro de temas sugeridos por toda a escrita de Llansol. O programa do Colóquio, que aqui disponibilizamos, dá conta da possibilidade de perspectivas que se abrem sobre um universo de escrita-vida ele próprio múltiplo e aparentemente inesgotável.
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11:33
9.10.22
XIII JORNADAS LLANSOLIANAS
«OS JARDINS DE LLANSOL»
Nos dias 22 e 23 de Outubro terão lugar as XIII Jornadas Llansolianas, este ano dedicadas ao tema do Jardim na Obra de Maria Gabriela Llansol. Tema amplo, que, como se poderá ver pelo caderno temático feito para estas Jornadas, contempla «O lugar e a simbologia do jardim» nessa Obra, os «Jardins vividos» desde a infância, com particular destaque para os do exílio na Bélgica, em Jodoigne e Herbais, os «Jardins textuais» e o seu imaginário, até ao derradeiro e mais universal «espaço edénico», que aqui é o da pura imanência do Ser.
Contaremos com intervenções provenientes de várias áreas de conhecimento (que o programa aqui publicado refere) por leitores de Llansol, do país e da Galiza, que abordarão os múltiplos aspectos da temática do jardim, da paisagem e da natureza na Obra da autora; mostraremos filmes e apresentaremos dois novos livros; e estarão disponíveis três cadernos com textos (em grande parte inéditos) e imagens que cobrem o amplo espectro desta matéria: Os Jardins de Llansol, A Escola das Árvores e O Contrato com o Vivo.
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14:28
30.9.22
PASTORAL LLANSOLIANA
No próximo dias 8 de Outubro, às 17 horas, João Barrento comentará, antecipando as Jornadas Llansolianas de 22-23 de Outubro (sobre «Os jardins de Llansol»), o tema da progressiva perda da Natureza e sua expressão na Obra de Llansol, estabelecendo elos com a sexta sinfonia de Beethoven (a «Pastoral»), a poesia de Hölderlin e o filme do realizador alemão Hans Jürgen Syberberg Ein Traum, was sonst? (Que coisa, senão um sonho?, de 1994), para chegar aos textos de Llansol e à sua interrogação, tão actual: «Onde ficou a Natureza?».
Mostraremos parte do filme de Syberberg, cujo fundo sonoro é a «Pastoral», e um video de João Barrento com leitura em português de um poema de Hölderlin («Como em dia de festa...»).
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21:19
14.9.22
DOIS NOVOS LIVROS:
MARGENS E DIÁRIOS
Acabam de sair dois novos livros, que apresentaremos condignamente nas próximas Jornadas Llansolianas, em Outubro, mas de que damos já conta.
O primeiro, na série dos Livros de Horas com inéditos do espólio llansoliano (Escrito nas Margens. Livro de Horas VIII, 288 p. na Assírio & Alvim), reune toda a marginalia, a escrita nas margens e nos espaços brancos dos livros da biblioteca de Llansol. Sobre ele escreve João Barrento na Introdução:
«Este novo Livro de Horas é preenchido pela escrita nas margens expectantes de uma boa parte dos livros lidos por Maria Gabriela Llansol. Nas onze partes em que o organizámos, estabelece-se uma imediata conexão, que Llansol por mais de uma vez destaca, entre o acto de ler e o impulso de escrever. Trata-se de um gesto diferente, e único, de escrita a partir da leitura, para o qual a autora inventa um novo verbo: escreler. Partindo da distinção (e complementaridade) entre a escrita que nasce do olhar sobre o mundo (que em Llansol pode ser o da imanência das coisas ou o do curso da História) e aquela cuja origem primeira é o livro alheio, chegamos a essa dupla forma de escrita-leitura: a do escre-ver (o livro do mundo) e a do escre-ler (o livro do outro).»
O segundo livro que agora saiu é o 23º volume da nossa Colecção «Rio da Escrita» (Espaço Llansol/Mariposa Azual, 153 p.), e documenta as Jornadas Llansolianas de 2021: «A Conta-corrente do Mundo»: Llansol e a escrita do diário. Para além das habituais intervenções (de João Barrento, Ilse Pollack, Maria Etelvina Santos, Ana Marques Gastão e Cristiana Vasconcelos Rodrigues), inclui larga documentação em imagens, do video-diário apresentado pelas artistas Ana Mata e Catarina Domingues (Cadência), de dois dos Arquivos de Diários da rede europeia, o de Pieve Santo Stefano, em Itália (onde tudo começou em 1948) e o de Lisboa. Inclui ainda documentação visual e textos sobre os Diários lidos por Llansol e os muitos projectos de diários que foi fazendo ao longo da vida, bem como uma recolha de textos, éditos e inéditos, do seu pensamento sobre a forma do diário.
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14:57
31.8.22
COM LLANSOL, NA ESCOLA...
Publicado às
14:59
17.7.22
À SOMBRA DE LLANSOL
EM VILA VELHA DE RÓDÃO
A Biblioteca Municipal José Baptista Martins, de Vila Velha de Ródão, e a sua activa e inventiva responsável, Graça Batista, vêm desde há uma década chamando pessoas à leitura, à escrita, à natureza, à partilha de pensamento em Comunidades de vária ordem, vocacionadas para todas as faixas etárias. Isto vem acontecendo também há já bastante tempo sob a inspiração do Texto de Maria Gabriela Llansol. Agora com uma série de postais que apelam à ligação com os livros e com a escrita, em projectos que se vão sempre renovando. O verso de cada postal dá conta desses projectos, partindo sempre de um fragmento de Llansol que serve de guia e fio condutor.
Deixamos aqui alguns, que nos chegaram ontem pela mão da Graça! Muito obrigado!
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18:57