LLANSOL, «A BORDADORA DE TEXTO»
Como os fios da teia de aranha, a escrita de Maria Gabriela Llansol é arrancada ao corpo para construir uma trama que se sustenta a si mesma – trama da palavras e imagens, não de enredos e acções. A nossa autora vê-se como uma tecelã de «fragmentos leves», «completos e sem resto», uma escrevente que «passa a vida a fiar os seus nadas» – que são tudo –, como «uma aranha dentro de uma cena fulgor».
Será este o tema da nossa próxima sessão pública, finalmente presencial, no sábado 22 de Maio, pelas 17 horas (em princípio ao ar livre, no pátio). Falaremos destas relações (milenares e míticas) entre texto e tecido, mostraremos como elas acompanham Maria Gabriela Llansol desde O Livro das Comunidades (e como foram continuadas por outros, artistas que acompanham o seu Texto), e daremos a ver peças de bordado, renda, costura, do seu espólio. E estará disponível um caderno sobre este tema, para além de dois outros, vindos dos períodos de confinamento: um sobre o encontro im-provável de Llansol e o pintor Mark Rothko (da sessão cancelada em 2020) e outro que documenta a série de leituras «A Voz das Figuras», divulgadas recentemente em videos.