7.12.20

 O TEXTO-CATARINA

Um surpreendente inédito de Maria Gabriela Llansol

Acaba de sair na colecção «Fulgor Quotidiano», da Sr. Teste Edições, mais um livro inédito de Maria Gabriela Llansol, que o posfácio desta bela edição (organizada por Maria Etelvina Santos e João Barrento, com composição gráfica de Catarina Domingues) apresenta assim:

Como tantas vezes acontece na Obra de Llansol, este pequeno livro nasce de uma circunstância autobiográfica, para logo superar e transfigurar os limites da biografia e elevar a escrita a um registo mais amplo, universal na sua inevitável radicação em vivências pessoais. O que, de facto, encontramos neste livro é uma reflexão permanente (e permanentemente apoiada em imagens) sobre os modos como a realidade devém texto (a realidade vivida, a realidade lida em textos de outros, a realidade visionada). A partir de uma figura de mulher que dá nome e corpo à escrita, de um rio que se transfigura em fluxo dessa escrita e espelho de um Eu duplo, de um quadro de Rembrandt que passa e «volta texto», dos mais variados lugares concretos, entre o Douro e Sintra, vamos percebendo que a fonte do texto que aqui assume nome de mulher, o útero da escrita, é o Vivo com a sua vibração libidinal, o seu corpo móvel, os seus horizontes sem limites. [...]

E ainda:

Estamos perante uma das mais insistentes e originais reflexões («encenadas») de Maria Gabriela Llansol sobre o que é isso do texto enquanto coisa viva: como nasce, como se expande e retrai, que hesitações atravessa, como é múltiplo e uno... Tudo parece ser, na alternância constante – e distanciadora, estranhante – entre ela e ele, Catarina e Texto, uma grande alegoria do processo de textuar – fazer nascer a escrita como coisa viva, bela e imprevisível, «íntima textura», como uma mulher.

Dentro de dias daremos um ideia mais clara deste texto original, num video com leitura de algumas passagens.

O livro pode ser pedido desde já para o e-mail do editor: assimparece@gmail.com