16.11.20

O Grande Maior

 O NOVO LOOK DO GRANDE MAIOR

O Grande Maior, na Volta do Duche em Sintra, em frente da Fonte Mourisca, foi intervencionado, e a placa que o evoca como figura no livro de Maria Gabriela Llansol Parasceve mudou de sítio. Lembramos duas passagens sobre essa árvore da sabedoria, «a minha preferida da Volta do Duche», confessa a Maria Gabriela num dos seus cadernos:

Antes:


 ... ergo os olhos para a cúpula da árvore. Póximo, há uma fonte, a fonte do Plátano, e o que me atraiu foi a humidade do lugar, e a anfractuosidade da pedra para apoiar as costas. Mas, já sentada, apoiei a nuca sobre a rocha e principiei a ver que, por cima da minha cabeça, seguindo os raios de luz que desejavam partir, havia ruas extensas e elípticas, orifícios ou vazios entre as folhas, que correspondiam a praças verdes, que acolhiam um lugar habitado, elevado à potência da copa de uma árvore (...) E o corpo estava onde estava o meu olhar, às portas de uma cidade-árvore que eu intitulara o Grande Maior.   (Parasceve. Puzzles e ironias, 2001)

Depois:


Passávamos agora por Grande Maior, a minha árvore favorita, pela impressão que me traz a sua grandeza, na sua sombra de simplicidade (...) Nesta meditação, a olhar através das plantas verdes... pela Volta do Duche seguia para a Vila Velha através de plátanos, castanheiros, e de uma árvore soberba – a que eu chamo Grande Maior. Quando passo por ela digo sempre (pura verdade!):

– Bom dia, Grande Maior!  (27 de Maio de 1997, in: Sintra em Passo de Pensamento. Sintra, Feitoria dos Livros, 2019).