O FULGOR, O SEGREDO, A MÚSICA
No regresso às actividdes do Espaço Llansol, no último sábado, reunimos na Casa de Julho e Agosto três olhares diversamente retrospectivos sobre a Obra e a figura de Maria Gabriela Llansol.
Com João Maria Mendes (e um pequeno video que montámos com fotografias do arquivo) regressámos a Lovaina e aos anos 60-70, a um ambiente cultural e a uma época decisivos para a grande viragem que se operou a partir daí na Obra da «Gabi-escritora», como ela é designada neste livro do compagnon de route dela e de Augusto Joaquim nas aventuras político-ideológicas, culturais e pedagógicas desses anos do exílio belga. Dessa viragem e da originalidade de toda uma Obra fala também a parte mais interpretativa do livro, fornecendo pontos de vista muito inovadores e produtivos para a leitura futura dos livros desta autora.
In illo tempore: Lovaina, anos 60-70
O segundo livro apresentado reune tudo o que Eduardo Prado Coelho escreveu sobre Llansol (em ensaios, crónicas, críticas, diários e correspondência – incluindo as cartas de Llansol) entre os anos de 1978 e 2006. Tratou-se, como foi destacado na sessão de sábado, de uma relação a vários títulos ímpar entre escritor e crítico, não apenas intelectual, mas ao longo dos anos claramente afectiva e empática – entre duas naturezas tão diferentes, mas que se encontravam no deslumbramento comum com as coisas do mundo, no júbilo de viver que, no fundo, guiou estas duas vidas de escrita. Os girassóis, flores preferidas do Eduardo, em cima da mesa falavam disso...
Finalmente, Maria Etelvina Santos comentou o livro de João Barrento, que, também ele, condensa uma viagem de dez anos pelos meandros, não já apenas dos livros, mas de todo o imenso espólio de Llansol, com derivas para as mais diversas áreas deste território sem fim: ensaios de fundo sobre temas e figuras, incursões por zonas pouco conhecidas (os desenhos, a poesia, os cafés, as andanças por Colares e Sintra), cruzamentos im-prováveis e surpreendentes (com escritores, pensadores, cineastas, artistas...). Como diz a «Carta de abertura» da Maria Gabriela reproduzida à entrada de mais este volume de «escritos llansolianos», o encontro do leitor (legente?) com a autora (escrevente!) dá-se provavelmente porque ambos buscam, para lá da «impostura da língua», um qualquer «lugar primordial» deste universo único.
Finalmente, Maria Etelvina Santos comentou o livro de João Barrento, que, também ele, condensa uma viagem de dez anos pelos meandros, não já apenas dos livros, mas de todo o imenso espólio de Llansol, com derivas para as mais diversas áreas deste território sem fim: ensaios de fundo sobre temas e figuras, incursões por zonas pouco conhecidas (os desenhos, a poesia, os cafés, as andanças por Colares e Sintra), cruzamentos im-prováveis e surpreendentes (com escritores, pensadores, cineastas, artistas...). Como diz a «Carta de abertura» da Maria Gabriela reproduzida à entrada de mais este volume de «escritos llansolianos», o encontro do leitor (legente?) com a autora (escrevente!) dá-se provavelmente porque ambos buscam, para lá da «impostura da língua», um qualquer «lugar primordial» deste universo único.