LLANSOL NO BRASIL
1. A partilha do incomum
O texto de Maria Gabriela Llansol continua a fazer o seu caminho por terras brasileiras, também por lugares onde a sua presença até agora não era tão frequente.
É o caso da Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (http://www.editora.ufsc.br), onde acaba de sair um importante volume colectivo com ensaios e textos inéditos de M. G. Llansol, organizado por Maria Carolina Fenati, nossa colaboradora muito próxima e grande conhecedora da Obra e do espólio de Llansol. O livro intitula-se Partilha do Incomum. Leituras de Maria Gabriela Llansol, e tem contributos de quinze estudiosos e escritores portugueses e brasileiros, como se pode ver pelo índice abaixo (clique na imagem para aumentar).
Como escreve Carolina Fenati a abrir,
Este livro – que reúne leituras do texto da escritora portuguesa Maria Gabriela Llansol
(1931-2008) e fragmentos inéditos de seu espólio – é um gesto de acolhimento da sua escrita no
momento em que ela começa a ser editada no Brasil. A publicação de três diários – Um falcão no
punho (1985), Finita (1986) e Inquérito às quatro confidências (1996) – amplia a possibilidade da
partilha desses textos e seus fragmentos, que, vindos de Portugal já circulavam de mão em mão
entre vários leitores, relançam-se agora no devir das suas leituras.
(Entretanto, mais um livro – Um beijo dado mais tarde – saiu em 2013 na Sete Letras, do Rio de Janeiro, e outros virão).
No final da nota introdutória a organizadora explicita o título do livro e esclarece a intenção de mais esta importante e diversificada publicação sobre o universo singular de Llansol:
Escrever com os textos de Maria Gabriela Llansol – partilhar o incomum que nos é
oferecido – é dizer que os textos só permanecem na medida em que partem, só não desaparecem
quando são transformados pela leitura que os contra-assina, que com eles escreve afirmando o
seu excesso em relação a qualquer leitura. Como escreveu Eduardo Prado Coelho, esses textos
convidam a ler «até ao limite em que o entendimento é já a alegria do desentendimento» e
exigem a seriedade e a paciência de uma reflexão que, reconhecendo o movimento que lhe
escapa, abre linhas de fuga através das quais tudo pode sempre recomeçar. Cantar a leitura talvez
seja desejar a conversa infinita, buscar o exercício da palavra como a relação mais íntima com o
que é partilhável sem medida.
2. Algumas «trocas verdadeiras»
No site Ler Jorge de Sena, da responsabilidade da Profª Gilda Santos, conhecida seniana da Universidade Federal do Rio de Janeiro, pode ler-se um informado artigo da Profª Maria de Lourdes Soares sobre a presença de Jorge de Sena, da sua obra e da sua transformação figural, na escrita de Maria Gabriela Llansol. Sena e Llansol já haviam sido objecto de um outro artigo no mesmo site, por Tatiana Pequeno (com o título «Llansenas»:
e agora o rasto de Sena e outros contemporâneos, como Vergílio Ferreira ou Eduardo Lourenço, na Obra de Llansol é detalhadamente analisado com recurso ao profundo conhecimento que a autora tem da Obra e do universo de Llansol, e a muita informação recente incluída nos Livros de Horas que vimos editando. O artigo pode ler-se aqui:
e agora o rasto de Sena e outros contemporâneos, como Vergílio Ferreira ou Eduardo Lourenço, na Obra de Llansol é detalhadamente analisado com recurso ao profundo conhecimento que a autora tem da Obra e do universo de Llansol, e a muita informação recente incluída nos Livros de Horas que vimos editando. O artigo pode ler-se aqui: