18.2.08

LLANSOL:
PENSAR EM VOZ ALTA



Durante o ano de 2006 o GELL (Grupo de Estudos Llansolianos, célula original do Espaço Llansol), que desde 2000 vem discutindo a Obra de Maria Gabriela Llansol, concentrou-se na noção de «Figura» em Llansol, tomando como paradigma a figura de Jade. Quem tenha acompanhado os livros da Autora desde A Restante Vida (1983) – o primeiro em que Jade, o cão, aparece – poderá facilmente constatar como esta figura de um reino não-humano concentra em si todos os traços que distinguem do mais corrente conceito de «personagem» essa noção operatória do texto llansoliano.


Entre eles são determinantes aspectos como: a sua natureza aberta e mutante, a disponibilidade para a metamorfose (até no nome, que na figura é mero acidente), a inserção des-hierarquizada no mundo/no Ser, a singularidade na intensidade, a ausência de atributos e de psicologia, mas uma grande concentração de energias fulgorizadas que lhe permitem definir-se por um fazer, mais do que pelos nomes por que vai sendo convocada...
Das discussões desse ano (em que Maria Gabriela Llansol participou, como sempre, muito activamente) e dos textos previamente produzidos para esse efeito nasceu mais uma publicação do Espaço Llansol (O que é uma Figura? O paradigma de Jade), que se encontra em preparação e sairá logo que possível.


Deixamos aqui três intervenções na voz de Maria Gabriela Llansol em momentos distintos da discussão: a primeira («Não é utopia...») provém das sessões em que se debateu a figura de Jade em Lisboaleipzig; a segunda («As leis do Texto»), a propósito dessa figura em Onde Vais, Drama-Poesia?; e a terceira («O círculo do Humano») na sessão final, em que o objecto de discussão foi a própria noção de «Figura».

J. B.



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