Obrigada, Maria Gabriela, pelo encontro de ontem na Casa da Saudação. Vieste com as mãos disponíveis, como sempre nos habituaste, desde aquele primeiro encontro, na Casa da Praia Grande, quando pela primeira vez nos olhámos como um grupo de início. E éramos. E somos. O que te levámos ontem, lembrando o teu aniversário, cabe numa pequena lista de oferendas, mas dá a ver o que entre nós importa:
um vestido castanho, costurado pelas mãos de uma mulher da tua idade, com que outra, delicada, te ajudou a vestir o corpo;
um cesto com laranjas, apanhadas da árvore, manhã cedo;
um vaso de violetas, com a cor do seu nome, para acompanhar os teus dias;
um hábil «mensageiro de sonhos», para acompanhar as tuas noites;
duas tabuinhas de cera, encontradas há muito, perto de uma igreja, em Itália;
um vaso com um metrosideros, para crescer entre nós e permanecer, e que escolheste plantar perto da porta da Casa...
e outras pequenas-grandes coisas com que habitamos os dias, criando na paisagem a «mais-paisagem» que nela existe, não para regressar a ela, mas para a trazer de volta.
ES