1.9.25

 O NOVO LIVRO DE HORAS

Estarão disponíveis nas livrarias (e na Feira do Livro do Porto) a partir do dia 4 de Setembro dois Livros de Horas de Maria Gabriela Llansol: o último (A Floresta das Intensidades. Livro de Horas X. 1991-1995) e a reedição do primeiro, Uma Data em Cada Mão, há muito esgotado.


O período coberto por este décimo Livro de Horas — que parte ainda da casa de Colares que fora o centro dos primeiros anos depois do regresso do exílio, e chegará à nova casa de Sintra em Abril de 1994 — vai dando a ler a «inarrativa» de uma vida, à margem da «vida real» (mas sem dela desviar o olhar), num convívio preferencial com plantas, animais, muitos objectos agora herdados e que se transformarão, eles também, em vivos e figuras textuais.

Uma vez publicado, no final de 1990, esse livro maior que foi Um Beijo Dado Mais Tarde, os dias são agora mais preenchidos e amplificados por uma escrita centrada no encontro com outros: as traduções de poetas — Emily Dickinson, Rilke, Hölderlin, vários poetas franceses da Modernidade, de Baudelaire a Rimbaud, de Verlaine a Paul Éluard — marcam também este tempo de convívio entre línguas e mundos. O tempo da «potência de autonomamente estar só».


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Este primeiro volume de uma aventura iniciada há dezasseis anos cobre os anos do exílio de 1972 a 1977, e apresentava-se assim, nas palavras da autora:

«___________ a primeira imagem do Diário não é, para mim, o repouso na vida quotidiana, mas uma constelação de imagens, caminhando todas as constelações umas sobre as outras. Qualquer aprendiz imagético, quando sobe ao meu quarto e atravessa o meu escritório, tem o sentimento de que 'um belo lixo de imagens se criou aqui?. Se for menos inocente dirá: 'que belo luxo de imagens'. Eu diria: aqui está a raiz de qualquer livro».