QUARTAS JORNADAS DE SINTRA:
O RESUMO
As Quartas Jornadas Llansolianas de Sintra, este ano dedicadas à presença e à história das figuras de
Lisboaleipzig na Obra de Llansol, trouxeram a Sintra largas dezenas de pessoas interessadas, e um elenco de colaboradores que uma vez mais permitiram preencher esses dois dias com momentos muito diversificados, com formas de intervenção que passaram pela reflexão e discussão de legentes portugueses e brasileiros em torno do tema deste ano e, como sempre procuramos fazer, abriram para domínios artísticos com os quais o texto de Maria Gabriela Llansol desde cedo se relacionou.
Ilda David apresentou uma pequena selecção de obras em curso, destinadas à reedição de Lisboaleipzig:
Daniel Ribeiro Duarte mostrou mais um filme (Ao Lugar de Herbais) feito a partir de materiais do espólio (fotografias, cadernos, livros) e de filmagens na Bélgica, documentando os anos de Llansol em Herbais, aqueles que viram nascer o projecto Lisboaleipzig e a ocupação com a figura de Pessoa/Aossê:
O CEM-Centro em Movimento, de Lisboa, trouxe-nos uma performance em tudo llansoliana, em que o movimento, o corpo e a luz se completavam e desafiavam mutuamente:
O compositor João Madureira mostrou-nos, numa intervenção aliciantemente didáctica e iluminante, como a estrutura composicional da música de Bach se aproxima surpreendentemente do trabalho com a linguagem no texto de Maria Gabriela Llansol:
E os solistas do Festival Cantabile (numa parceria feliz com o Goethe-Institut de Lisboa) encerraram as Jornadas com um concerto sublime e rigoroso em que se pôde ouvir e sentir o que João Madureira antes mostrara:
As comunicações que pudémos ouvir no sábado e no domingo abarcaram um espectro largo de aspectos do «complexo Pessoa» em Llansol, pela voz de «llansolianos» e «pessoanos» que iluminaram problemas ligados aos espólios dos dois autores (João Barrento, Manuela Parreira da Silva e Ana de Freitas), linhas de leitura diversas de Lisboaleipzig e outros livros em que a presença de Pessoa/Aossê é dominante (Jorge Fernandes da Silveira, Silvina Rodrigues Lopes, Paola Poma, Cristiana Vasconcelos Rodrigues), até à problemática mais particular, e ainda inexplorada, da relação entre heterónimo pessoano e figura llansoliana (Maria Etelvina Santos):
E tivémos ainda ocasião de ouvir o escritor e professor Paulo Sarmento discorrer sobre o sentido dos objectos nesta Obra (e noutras, em particular de filósofos), a propósito do livro Llansol: A Luminosa Vida dos Objectos (Mariposa Azual), apresentado nestas jornadas (ver também a nossa apresentação do livro no dia 24 de Setembro, aqui: http://espacollansol.blogspot.pt/2012/09/llansol-luminosa-vida-dos-objectos-em.html):
Re-capitulámos assim – isto é, preenchemos novos capítulos – a longa e dispersa e fabulosa história de trinta anos de escrita de Llansol em torno das figuras de Aossê, Bach e a sua grande família, Baruch Spinoza e Infausta, prolongando-a pela palavra, pela imagem, pelo som, pelo movimento.
Uma pequena parte dessa história foi mostrada, com documentos do espólio de Maria Gabriela Llansol, na «Letra E» do Espaço Llansol, e pode ser seguida no vídeo abaixo:
(Fotos: Teresa Huertas, Maria Etelvina Santos, Helena Guerreiro Alves e João Barrento | Video: João Barrento)