28.12.12

 LLANSOL NO NOVO ANO: 
«A VONTADE DE ARQUIVO»

Nos milhares de páginas de cadernos, agendas, folhas dactiloscritas e papéis avulsos de toda a ordem que nos deixou, Maria Gabriela Llansol anota com frequência interessantes reflexões sobre a necessidade e o fascínio do «arquivo», faz listas de cadernos, livros e dossiers a organizar (seus e de Augusto Joaquim), antecipa o que poderá ser a sua casa, e tudo o que ela contém, depois da sua passagem. Essa «vontade de arquivo e catalogação» permite que o informe ganhe forma e novos livros nasçam, que aquilo que poderia perder-se não se perca, que o lugar do arquivo se transforme em pensamento vivo e, «audaciando-se» esse pensamento, a casa seja o contrário do museu e a Obra possa «ficar em toda a parte». 
É isso que nos move no trabalho que fazemos, continuando o seu, que foi, ele mesmo, também trabalho de arquivo e preservação, num outro «jardim que o pensamento permite», promessa e garantia de futuro para o seu texto.


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